segunda-feira, outubro 19, 2009

Ameixas Secas














Pra novos tempos cria-se um novo blog, com um nome mais irritante e menos ocasional. Com os mesmo conceitos que este, talvez alguns mundanos ou não. Entre conversas e pedidos de layouts com amigos, surge o Ameixas Secas.


Beijocas

sábado, outubro 10, 2009

Caleidoscópio














Como já dizia Clarice Lispector: "Não sou promíscua. Mas sou caleidoscópio: fascinam-me as minhas mutações fascinantes que aqui caleidoscopicamente registro". Mutações estas, ganhas por pedaçinhos de vidros coloridos refletidos em espelhos. E quando me olho em tal objeto vejo-me desfigurar em um novo ser.
Os desenhos variam com o humor, podendo ser tingidos de um vermelho intenso ou de um azul turquesa. O verde folha mostra a esperança de novas vidas, sendo o amarelo a cor mais bela, trazendo luz à forma que mistura outras cores se fazendo única.
O tempo transforma as figuras de acordo com a necessidade da história. Ou seria a história que faz a figura com o tempo? Não sei, sou alguém sem começo, meio e fim. Mas ando conforme o tempo manda, me vestindo de emoções, razões e desejos.
Desejos que nem sempre me levam a lugares felizes, mas me proporcionam as imagens mais intensas e verdadeiras da vida. Razões, muitas vezes desconhecidas, que fornecem a segurança dos meus erros. E emoções que oferecem ao meu espetáculo os aplausos mais fortes.
E sigo, me olhando nos espelhos, na esperança de encontrar novos amores, aventuras mais loucas e, principalmente, os sentimentos mais intensos.

Beijos

terça-feira, junho 12, 2007

Quatro

E as brincadeiras eram totalmente infantis, as músicas eram escolhidas para nos adequarmos a elas. Quatro pessoas, duas antes e duas depois. Apenas uma troca. Duplas que sentiam aversão, ou seria apenas uma pessoa? Ou duas? Não se sabe. Uma criança com cabeça feita, atenção ao ponto. Juras eram falsas e apenas feitas sem motivos. Os sorrisos continuavam, mas o cansaço já aparecia. Sentimentos negativos de um lado, do outro não sabemos dizer. Um afastamento, falta de tempo para com o outro, e o velho e chato enjôo. Mas o problema sempre está em você, nunca com o outro. Aqui nenhum já estava mais grudado. Tudo por um fio. Não havia tréguas entre as brigas muito menos tinha-se paz. A cada discussão era casa um pro seu lado e adeus. E no dia seguinte era como se nada acontecesse para poder acontecer novamente. Mensagem, ciúmes, vigilância. A última gota e a amiga em comum. Um aprendizado, erros passados e a valorização. O sentido das juras apareceu dando-lhes veracidade. Os carinhos começaram e a atenção voltou. Apelidos xingados amorosos de um lado e tapas de outro, fichas caindo e acordando para a vida. Sorrisos, declarações e planos. E no final somos diferentemente iguais, pois somos poesia e razão.
~*Unschuldige Liebe*~

[.Feliz Dia dos Namorados.]
Beijocas

segunda-feira, abril 02, 2007

História da Criação

Deus é o poeta. A música é de Satanás, jovem maestro de muito futuro, que aprendeu no conservatório do céu. Rival de Miguel, Rafael e Gabriel, não tolerava a precedência que eles tinham na distribuição dos prêmios. Pode ser também que a música em demasia doce e mística daqueles outros condiscípulos fosse aborrecível ao seu gênio essencialmente trágico. Tramou uma rebelião que foi descoberta a tempo, e ele expulso do conservatório. Tudo se teria passado sem mais nada, se Deus não houvesse escrito um libreto de ópera, do Qual abrira mão, por entender que tal gênero de recreio era impróprio da sua eternidade. Satanás levou o manuscrito consigo para o inferno. Com o fim de mostrar que valia mais que os outros, - e acaso para reconciliar-se com o céu – compôs a partitura, e logo que a acabou foi leva-la ao Padre Eterno.
- Senhor, não desaprendi as lições recebidas, disse-lhe. Aqui tendes a partitura, escutai-a, emendai-a, fazei-a executar, e se achardes digna das alturas, admiti-me com ela a vossos pés...
- Não, retorquiu o Senhor, não quero ouvir nada.
- Mas, Senhor...- Nada! Nada!
Satanás suplicou ainda, sem melhor fortuna, até que Deus, cansado e cheio de misericórdia, consentiu e que a ópera fosse executada, mas fora do céu. Criou um teatro especial, este planeta, e inventou uma companhia inteira, com todas as partes, primárias e comprimárias, coros e bailarinos.


Dom Casmurro,
Machado de Assis

Beijocas

domingo, janeiro 21, 2007

A desilusão dela

Ele falava em amor
E disse que eram juras falsas.
Depois tornou com as juras
E de palavras bonitas a vestiu.
Tentava ensiná-la a amar
E dizia que a mostraria o amor.
A desejava e cuidava.
Mesmo distante se preocupava em dar
Carinho e conforto,
Mas nada é bom o bastante.
Ele apenas a deixou esperando uma resposta
E com um aviso para não ir atrás.
Ela?!
Ela talvez ainda esteja sentada na porta de casa
Esperando tal resposta.
Olhando o horizonte,
Tem a certeza de que aprendeu a amar e o ama.
Mas sem afeto algum e com um vazio no peito é esse amor.
Com lágrimas nos olhos sabe que não conhecerá o amor,
Mas guarda desejo por ele.

[.Desculpem pelo péssimo texto, sem muita cabeça, mas precisava atualizar.]

Beijocas